Manual do bom garupa

Na maior parte das vezes estas pessoas trazem consigo alguém em sua garupa, que por desinformação, descuido ou por não querer estragar o visual, prefere não usar roupas e equipamentos apropriados para o deslocamento em moto.

Neste verão é que vemos ainda mais situações deste tipo. Assim como o piloto necessita de capacetes, luvas, calça, jaqueta e outros equipamentos para se proteger, o garupa necessita das mesmas proteções, pois corre os mesmos riscos. Mesmo que refrescante não é recomendado usar shorts, camisetas e chinelinhos para andar de moto. O calor é suportável, passageiro. O ralado quente do asfalto pode deixar marcas pra toda vida.

Vamos então às regras, para recortar, plastificar e colar nas costas do blusão do piloto:
1. Nunca subir ou descer da moto, sem prévio conhecimento do piloto. Já vimos muito motociclista ser desequilibrado assim, sobretudo se o piso é irregular, ou o piloto tem perna curta, ou se a moto está carregada.
2. Em movimento, evitar movimentos bruscos, do tipo olhar para trás no final das retas e dizer: “Olha, já não vejo nenhuma moto!”
3. A(o) garupa é o tesoureiro da equipe no que toca ao pagamento de pedágios. Deve ter sempre à mão os meios de pagamento necessários.
4. Igualmente, é o navegador da equipe.
5. A(o) garupa pode ajudar nas curvas, observando sempre por dentro e apoiando-se, fortemente, em ambas as pedaleiras. A transferência de peso para as pedaleiras torna a moto mais manobrável.
6. Pela mesma razão, deve-se apoiar mais fortemente nas pedaleiras quando a moto circula, devagar, entre o trânsito.
7. Idem, quando circula em piso irregular, com a vantagem, neste caso, de levar menos pancada no lugar onde a espinha muda de nome.
8. Não adormecer nunca.
9. Nas freiadas e arrancadas deve apoiar-se nos suportes e não no condutor.
10. Nas paradas não pôr os pés no chão, pois em vez de ajudar, só desequilibra.
11. Em velocidade, ou se está muito vento, juntar-se o mais possível ao corpo do condutor; evita assim a oscilação.
12. A garupa está, rigorosamente, proibida de olhar para o velocímetro e expressar a sua aprovação ou reprovação com apertos de joelhos, socos nas costas, etc.
13. Não esquecer que a partir dos 70-80 Km/h acaba a conversa, pois o vento não deixa.
14. Nas mesmas circunstâncias, evitar calçar as luvas, ajeitar o capacete, os óculos ou o penteado.
15. Quando circula a mais de 200 Km/h (nas auto-estradas alemãs, claro), não deve acenar aos outros motociclistas, sob pena de deslocar um braço.

Fonte: Expediçãobr