Esta frase veio bem a calhar para esta corrida, pois senti isto o fim de semana inteiro, porém não falei nada com o pessoal da equipe que montou o box na quinta a noite e saíram de interlagos já na madrugada de sexta. Cheguei sexta apreensivo, pois a temporada do ano passado foi uma temporada de aprendizado onde tive uma queda e cheguei em um limite de tempo que não estava conseguindo melhorar (terminei o campeonato em 11º). Diante deste fato observado a pilotagem e as filmagens que fizemos ao longo doa ano, o nosso chefe de equipe, Eduardo Sales o Duda ( Duda Racing Team) resolveu trocar de moto. Simples não?! Conto para vcs que não, pois na minha cabeça veio o questionamento. “Será que era a moto mesmo ou a minha pilotagem não estava boa?”.
Entrei na pista com esta indagação. Lembro do Duda me falando que o pneu da moto era original, pois a moto era zero (estava com 2kms). Pista liberada, vamos acelerar…responsabilidade, pois precisava “amaciar” o motor. Dei quatro voltas em um ritmo bem lento para tirar a ceira dos pneus e começar a acelerar para “soltar” a moto. Quatro voltas depois comecei a acelerar e na medida que as voltas foram passando fui acelerando mais e a moto ficando mais solta até que passado pela reta dos Boxs o Duda me fez um sinal para acelerar forte. Agora a brincadeira mudou…kkkk
Como os pneus eram originais, senti a moto escorregando para todo lado e quase cai quatro vezes, pois estava forçando os pneus originais a grudarem na pista (fato que não ocorreu). Voltei ao box e para minha surpresa tinha virado na casa de 2:15min. Para o primeiro treino foi um ótimo tempo, pois com pneus originais, moto amaciando e voltando a temporada, fiquei animadíssimo.
Ainda na sexta no segundo treino, trocamos o pneus e colocamos o que a organização do campeonato nos obriga. Este pneu sim, senti que a moto começou a grudar e o motor ficar mais solto, baixei para casa dos 2:13min e fui o mais rápido entre as 250cc do segundo trieno livro do dia.
Que bom dormir com a confiança em alta. E no sábado já entrei com pique total na pista virando 2:12.780…ou seja, o terceiro melhor tempo da minha categoria. Nessa hora a confiança já estava a mil…a preocupação era em manter a posição e terminar a prova, porque neste ritmo o pódio era certo!
Domingão…corrida…acordar muito cedo (ou quase não dormir)…dor de estoma…ansiedade…é amigos leitores, fica um misto de emoções a flor da pele, pois é ai que vem a frase do titulo desta matéria “ Um por todos e todos por um”. Cada rosto dos integrantes da equipe, cada suor dos mecânicos e ajudantes estavam ali.
Tive a feliz ideia de pegar um papel e pedir para todas as pessoas da equipe, inclusive alguns convidados meus, a assinarem este papel. Depois de assinado pedi para que todos chegassem mais perto, pois gostaria de dizer algumas palavras:
“ Um piloto é só na pista… porem com a assinatura de todos neste papel, levo vcs comigo, a força…o pensamento positivo o suor de cada um de vocês…aconteça o que acontecer na pista, saibam que vcs estaram comigo… e se a vitória vier vcs fazem parte integral disso”
Foi com este clima que entrei para completar as 10 voltas da prova.
Já na segunda volta senti meu pedal de cambio um pouco duro, na 6 volta quando entrou o procedimento de Safety Car (com a queda da piloto Sabrina Paiuta que esta bem) o parafuso do pedal de cambio soltou e prossegui a corrida trocando as marchas com a mão, neste momento estava em 3º lugar, como não sabia se o procedimento de Safety Car ia demorar cedi minha posição para 6 pilotos da geral, pois não era justo com os outros companheiros eu ficar amarrando eles para uma possível relargada, já que meu cambio travou na quarta marcha. Do azar veio a sorte…pois não houve relargada e consegui terminar a prova desta forma, com um quarto lugar e pontos importantes para o campeonato.
Termina assim esta corrida eletrizante desde sexta até o domingo…agora é só comemorar o primeiro de muitos pódios que viram!
Abraço a todos.
Pássaro 77
Piloto Duda Racing
Copa Ninja 250
Fotos Adriana Cruz