A interação com a natureza, as amizades que se formam e a economia de tempo são, para o advogado Daniel Goulart da Silva, 34 anos, as vantagens de andar de moto. Em 1997, a bordo de uma Honda Dream, ele pegou a estrada sobre duas rodas pela primeira vez — foi de Osório a Capão da Canoa. A partir de então, não parou mais.
Vice-presidente da Associação dos Motociclistas do Rio Grande do Sul (Amo-RS) e integrante do grupo Servage da Estrada, Daniel faz os passeios ao lado de amigos e da mulher, Rose Machado, 26 anos. Já foi a Campo Grande (MS), São Paulo e Uruguai, entre outros destinos. No final do ano passado, Daniel e Rose foram até Machu Picchu com mais seis casais, em uma viagem que durou 42 dias.
— Na moto, usufruímos da liberdade e passamos a fazer parte do cenário. É um vício, algo indescritível — conta o advogado, morador de Porto Alegre.
Mas o prazer de pilotar não está em viagens longas e veículos potentes. Daniel reveza suas duas motocicletas: uma 600 cilindradas e uma 150.
— Vendi meu carro e agora só ando de moto. É um meio de transporte mais eficaz, que flui mais no trânsito. Vou em audiências na Região Metropolitana de maneira mais rápida — conta.
O advogado, no entanto, chama atenção para dois pontos: um é fazer paradas quando a distância é grande (o ideal seria a cada 150km) e o outro é cuidar a velocidade:
— É muito importante a conscientização. O pessoal está acelerando demais. Lugar de velocidade é no autódromo. Na estrada, é curtição.
RAZÕES PARA ANDAR DE MOTO*
Economizar combustível
As motos são, na grande maioria, mais econômicas do que os carros. Logo, optar por viajar de moto significa também economia de combustível. Na moto, o ganho médio é superior a 50% em relação a um carro.
Escapar do trânsito
Dependendo da época — e do destino —, pegar a estrada pode ter tanto trânsito quanto um dia na cidade em plena hora do rush. Em duas rodas, é possível minimizar esse problema. Afinal, mesmo modelos de maior cilindrada conseguem ganhar alguns quilômetros trafegando entre os carros parados.
Mobilidade
Ir de moto significa ter mobilidade. Assim como em qualquer lugar, motos são mais fáceis para se estacionar do que carros. Assim, passar o feriado no sítio de um amigo e ir comprar pão de manhã passa a ser uma tarefa menos trabalhosa.
Pedágios mais baratos
Muitas estradas do país não cobram pedágio dos motociclistas. Sendo assim, quem prefere pegar a estrada em duas rodas acaba ganhando tempo sem ter que recorrer a serviços de pedágio pré-pagos — no qual o motorista não precisa parar na cabine. Na região Sul, moto paga 50% da tarifa se comparada a carros.
Praticar o desapego
Por mais que você esteja viajando com um modelo equipado com malas laterais e top case, sempre vai levar menos bagagem do que levaria em um carro. Logo, você carrega apenas o que vai, de fato, precisar.
Qualquer hora é hora
Por conta da praticidade e da rapidez, quem viaja de moto não precisa se prender muito a horários. Uma vez que o trânsito pode ser contornado com mais facilidade. Pegar a estrada no meio da madrugada para evitar um congestionamento monstro não precisa ser uma regra.
Socialização
Estar na estrada de moto pode servir para conhecer gente nova, afinal, a motocicleta é uma espécie de ferramenta de socialização. Quando você para, sempre tem um pessoal que pergunta de onde vem, para onde vai, que moto é aquela.
Curtir o passeio
Diferente do carro, do ônibus e do avião, a moto não é vista só como meio de transporte. É comum entre os que viajam em duas rodas contar detalhes de alguma parte da estrada que chama a atenção e até qual é a sensação que ela proporciona. Estar de capacete não é o mesmo que viajar cercado por vidro e aço.
Fonte: Diário Gaúcho