Paulo Souza
Uma das pioneiras no mercado de motocicletas do Brasil, a Yamaha trouxe no final da década de 1980 a primeira XT 600. Desde sua chegada, o modelo veio conquistando o público e consequentemente sofrendo alterações com o passar do tempo. No ano de 2005 passou por sua maior transformação, com um novo motor de 660 cilindradas, escapamentos duplos e a adoção de injeção eletrônica.
Já conhecida por sua beleza e qualidades, poucas alterações foram feitas no modelo desde 2005. Entretanto, é difícil encontrar algum motociclista que ainda não tenha se encantado por esta moto, que possui um excelente motor de 660cc e uma ciclística acertada, tudo isso associado a um baixo peso, apenas 165 kg sem fluidos.
Estilo que agrada
Desde seu lançamento, a Yamaha pouco alterou a XT 660R, apenas novos grafismos foram trocados para modificar o visual da motocicleta. Isso mudou no fim do ano passado, quando a marca divulgou o lançamento do modelo na cor branca, muito bonito por sinal. Com a sua chegada, a tradicional XT 660R azul deixou de ser comercializada, passando a oferecer apenas as versões preta e branca, uma pena para os fãs do tradicional azul.
Como visto, as modificações recebidas foram apenas na cor e no grafismo. Mesmo assim, o seu estilo agressivo e imponente continua agradando a maioria dos fãs das big trails, visto pelos dados da Associação dos Fabricantes (FENABRAVE). Disparada na frente, o maior número de emplacamentos do período entre janeiro e dezembro de 2012 foi da XT 660R com 2.695 motos registradas, seguida da Honda XL 700 Transalp (2.076), da BMW GS 650 (1.982), da Honda NC 700X (1.115), da DL 650 V-Strom (972) e por último a Kawasaki Versys com 572 motos emplacadas.
Encara tudo
Se você procura uma moto que possui diferentes qualidades e ainda é capaz de ser pilotada em todos os tipos de terreno, essa moto se chama XT 660R. Claro, que guardadas as devidas proporções, pois mesmo tendo um excelente desempenho nos mais variados terrenos, para algumas ocasiões a moto não garante a felicidade plena, mas é certo que você chegará ao seu destino.
Em meio ao trânsito intenso esta moto se destaca por ser extremamente ágil e, podemos andar no meio dos corredores congestionados com facilidade, a única dificuldade está em seu seu guidão largo, que pode bater nos retrovisores dos carros. Apesar de ser alta, é muito fácil de ser pilotada, seu ótimo ângulo de esterço facilita no trânsito em meio aos carros e evita aquelas paradas desnecessários quando todos vão e você fica.
Na estrada a moto também vai muito bem. Mantendo um ritmo de 120 km/h você viaja tranquilamente sem sentir nenhum tipo de cansaço, nem incômodos, sua posição de pilotagem é excelente. No entanto, para quem deseja encarar viagens longas o banco com certeza será um ponto de desconforto, pois é bastante estreito, reto e duro, feito para o piloto andar nos mais variados posicionamentos permitindo uma posição mais esportiva próximo ao tanque durante as curvas.
Todas essas características também fazem do modelo uma ótima companheira quando o asfalto termina. A diversão está garantida em terrenos acidentados, ruas de terra e até mesmo em trilhas mais leves. Equipada com pneus de uso misto aro 17’ na traseira e 21’ na dianteira, a XT 660R necessita de pequenos detalhes para poder encarar uma trilha pesada ou lugares enlameados, por exemplo a adoção de pneus biscoito e uma regulagem na suspensão traseira. No entanto, ela é “pau pra toda obra”!
Coração
De nada adiantaria se o conjunto da XT 660R não possuísse um equilíbrio total com o seu excelente motor, um monocilíndrico de 660cc de refrigeração líquida, que geram 48 cavalos de potência e garante ótimas respostas nas acelerações e retomadas com boa autonomia – andando dentro da cidade o consumo variou entre 17 e 19 km/l, na estrada chegou a atingir os 21km/l. Além disso, seu propulsor tem quase 6 kgm.f de torque, força mais do que o suficiente para enfrentar diferentes obstáculos.
Nas ultrapassagens esta moto te da total segurança, basta acelerar forte e olhar no retrovisor o veículo ultrapassado. No entanto, ela não foi projetada para grandes velocidades. Em pista de teste, seu painel digital registrou a velocidade máxima de 180 km/h, mas andando no limite mesmo. Nesta faixa de velocidade a moto fica pouco estável, tremendo bastante. Para uma viagem tranquila, rodar entre a faixa de 120 km/h é o ideal, mas se houver necessidade, nada impede de bater os 160 km/h.
Poderia ser melhor
Apesar de estar a bastante tempo no mercado e ainda ser uma moto de referência, o modelo que não é renovado desde 2005 poderia receber algumas melhorias como a adoção de um conta-giros e de um marcador de combustível, mesmo possuindo uma luz espia que sinaliza quando a motocicleta entra na reserva. Apesar destes detalhes, o painel é equipado com velocímetro, hodômetro total, hodômetro parcial, relógio e indicador de temperatura do motor.
Outro ponto relevante é o fato da tampa de combustível não ser fixa ao tanque. Sempre que for necessário abastecer, é preciso ficar segurando a tampa em uma das mãos enquanto poderíamos retirar as luvas para pegar a carteira no bolso. Este detalhe poderia nos passar “batido”, se esse item não tivesse em uma XT 250 Ténéré, que desde seu lançamento possui a tampa em conjunto com o tanque de combustível.
Por se tratar de uma moto com grandes atributos e que encara diversos tipos de terreno, a XT 660R é uma das motos mais desejadas pelos motociclistas, mas infelizmente também pelos ladrões. Devido aos altos índices de roubo e furto, o modelo é um dos mais caros quando o assunto é seguro.
Econômica e extremamente versátil, a Yamaha XT 660R também agrada a polícia brasileira, que tem grande parte de sua frota o modelo XT 660R. Com o preço público sugerido de R$ 26.880, o modelo se apresenta como um ótimo custo benefício para aquele motociclista que busca uma moto para toda à prova.
Serviço
Cotação de Seguro (*)
A vista: R$ R$ 5.560,14
Franquia: R$ 2.267,83
Rastreador com seguro: R$ 2.800 (apenas contra roubo e furto)
(*) Perfil médio: Homem, 25 a 35 anos, casado, sem filhos, com garagem em casa e no trabalho, morador de São Paulo e com residência em região razoável (bairro da zona sul ou zona oeste, por exemplo).
O jornalista utilizou no teste Capacete AGV, Jaqueta, Calça e Luva Race Tech e Bota Dainese.
Agradecimentos
Cycle Assessoria e Corretora de Seguros
(11) 3159-0733
www.cycleseguros.com.br
Ficha Técnica
Motor 4 tempos, OHC, refrigeração líquida, 4 válvulas
Quantidade de cilindros 1 cilindro
Cilindrada 660 cc
Diâmetro x curso 100,0 x 84,0 mm
Taxa de compressão 10,0:1
Potência máxima 48 cv a 6.000 rpm
Torque máximo 5,95 kgf.m a 5.250 RPM
Sistema de partida Elétrica
Sistema de lubrificação Cárter seco
Capacidade do óleo do motor 2,90 litro
Capacidade do tanque de combustível (reserva) 15 litros
Alimentação Injeção Eletrônica
Sistema de ignição ECU
Bateria 12 V x 8 Ah, selada
Transmissão primária Engrenagens
Transmissão secundária Corrente
Embreagem Multidisco banhado a óleo
Câmbio 5 velocidades, engrenamento constante
Quadro Diamond
Comprimento total 2.240 mm
Largura total 845 mm
Altura total 1.230 mm
Altura do assento 865 mm
Distância entre eixos 1.505 mm
Altura mínima do solo 210 mm
Peso seco 165 Kg
Pneu dianteiro 90/90-21 M/C 54 S
Pneu traseiro 130/80-17 M/C 65 S
Freio dianteiro Disco tipo flutuante de 298 mm de diâmetro, acionamento hidráulico.
Freio traseiro Disco de 245 mm de diâmetro, acionamento hidráulico.
Suspensão dianteira Garfo telescópico, mola e óleo
Suspensão traseira Braço oscilante, monocross
Curso da suspensão dianteira 225 mm
Curso da suspensão traseira 200 mm
Cores Branco e preta
Fotos: Leandro Lodo
Fonte:
Equipe MOTO.com.br